sábado, 11 de outubro de 2008

A VOZ DE ELVIS

Elvis dispunha de um registo vocal muito flexível e eclético para quem nunca teve aulas de canto ou mesmo ensino teórico convencional. Elvis, barítono, conseguia atingir 3 oitavas e, por vezes, atingir o registo vocal de tenores e baixos, talvez, devido a esses fatores, muitos conhecedores de sua obra, fãs propriamente, chamam-no de A Voz.
Segundo aqueles que são ávidos de apresentações ao vivo de Elvis, principalmente da década de 70, ele demonstrava com maestria o seu poder vocal, e que até os dias atuais, ainda impressiona aqueles que não conhecem a sua carreira em sua forma mais abrangente; Elvis atingia em muitas de suas performances o chamado "dó de peito", que corresponde a nota músical "Sol 3", feita com voz de cabeça - como se fosse um falsete.
Para surpresa de alguns iniciantes em sua vasta obra, Elvis já dava sinais de grande poder vocal já na década de 50, principalmente em notas graves, a gênese desse futuro fenômeno vocal se deu, na avaliação de alguns, no ano de 1957. Dando prosseguimento a sua evolução como intérprete, Elvis atingiria na década seguinte, uma maturidade vocal bastante elevada, tanto em notas graves e agora também, em notas agudas; um marco dessa evolução, seria o álbum How Great Thou Art, gravado em 1966 e lançado logo em seguida, no início de 1967.
Elvis deu inicio a sua carreira profissional com apenas 19 anos de idade, portanto, o período de transição da adolescência para a fase adulta, a chamada puberdade, onde, a voz de Elvis estava em plena transformação, atingido assim a sua maturidade nos anos posteriores.
Com o uso constante da voz, as pregas vocais vão se tornando mais resistentes, respondendo muito melhor e mais prontamente, permitindo assim ao cantor atingir notas mais agudas e melhorar a qualidade sonora como um todo, fazendo assim de sua voz um verdadeiro instrumento, como dizem que era o caso de Elvis Presley.
O grande desafio de quem privilegia a extensão é a afinação, canto extremamente técnico, e Elvis conseguiu em várias oportunidades a conciliação difícil, segundo os especialistas. Uma das notas mais difíceis de se atingir é o "dó acima dó central", e Elvis atingiu muitas vezes em espetáculos ao vivo durante a década de 70, dito por especialistas.
Com um extenso alcance vocal e sua técnica de certa forma operesca, principalmente na década de 70, Elvis Presley se notabilizou por ser um dos mais impressionantes exemplos do que um cantor pode fazer com sua voz, transformando-a em um verdadeiro instrumento, provocando até dúvida em algumas pessoas, com os seus ceticismos, se as performances são mesmo de autoria de Elvis.

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

ROUPAS DOS ESPETÁCULOS

As mais famosas roupas de espetáculos de Elvis são chamadas de "jumpsuits", os macacões que Elvis utilizou em suas apresentações no período de 1969 até 1977. As primeiras roupas são avaliadas como bem simples. Grande parte desses trajes foram confeccionados a pedido de Elvis para que tivessem o aspecto de roupas de karatê, com o passar dos anos as suas roupas foram tomando formas mais extravagantes, sendo consideradas até feias por alguns. A sua jumpsuit mais famosa é a do show do Hawaii de janeiro de 1973, a "Aloha Eagle". Mas, antes mesmo desses macacões, Elvis ficou bastante conhecido por suas roupas extravagantes e até mesmo históricas, todas estão em exposição hoje em dia em Graceland; cada um desses macacões recebia um nome, entre eles podemos citar;
Gold Suit ou The Gold Lame Suit: Foi usada em 1957 em alguns shows, a famosa "roupa dourada", como ficou conhecida entre os fãs brasileiros, se tornou capa de um disco de 1959 chamado Elvis Golden Records Vol.2.
Black Leather Suit: Essa é a famosa roupa de couro preta do especial da NBC de 1968, ele só a utilizou nesse especial.
Aloha Eagle: Esse é um dos mais famosos, foi usado no show histórico do Hawaii de 1973, entretanto, essa não foi a única ocasião que ele o utilizou, Elvis também o vestiu em outros concertos no ano de 1973 e começo de 1974.
American Eagle: É por vezes confundido com o "Aloha", foi um macacão usado por Elvis em alguns espetáculos no ano de 1974, inclusive, nos shows de Los Angeles, no qual, a banda Led Zeppelin marcou presença, esse que é considerado um dos melhores momentos de Presley nos anos 70.
Benefit: É um daqueles em que o seu formato difere bastante em relação aos demais, considerado por alguns, como um dos mais simples e bonitos, usado em 1975.
Azteca: Esse é eleito por boa parte dos fãs, como um dos mais feios usados por Elvis em toda a sua carreira, ele o utilizou durante alguns espetáculos de 1975 e 1976.
Blue Bicentennial e White Bicentennial: Possuem esse nome (Bicentennial), devido a uma homenagem que Elvis queria prestar aos duzentos anos de independência dos EUA em 1976.
Indian Feather: Segundo fontes, era um dos preferidos do rei do rock, devido ao fato que ele o utilizou durante alguns espetáculos de 1975 até 1977.
Mexican Sundial: Um dos macacões mais famosos de Elvis, ele o vestiu durante boa parte do ano de 1977, sendo bastante reconhecido devido ao fato dele ter servido de vestimenta durante os shows que se tornaram em especial de TV, o Elvis in Concert, também foi utilizado no último concerto de Elvis em 26 de junho do mesmo ano.
Historic Suit: Esse, segundo dizem, seria o macacão que Elvis usaria na sua turnê de agosto de 1977, a qual nunca foi realizada, evidentemente devido a sua morte no dia 16 de agosto de 1977.

(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

VIDEOGRAFIA RECOMENDADA

This is Elvis (1981)
Elvis in Concert (1977)
Aloha from Hawaii (1973)
The Alternate Aloha (1973)
Elvis on Tour (1972)
That's The Way It Is (Special Edition)
That's The Way It Is (1970)
Elvis NBC TV Special (1968)
Roustabout (1964)
Viva Las Vegas (1964)
Kid Galahad (1962)
Follow That Dream (1962)
Wild in the Country (1961)
Flaming Star (1960)
Welcome Home Elvis (1960)
King Creole (1958)
Jailhouse Rock (1957)
Loving You (1957)
Love me Tender (1956)
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

ÚLTIMOS ANOS

Ainda no ano de 1974, Elvis voltou a se apresentar no Astrodome, de Houston, estádio monumental, jamais contemplado com tal magnitude de um espetáculo de música popular. Novos recordes foram quebrados, superiores aos próprios, de 1970. Em um segundo show, 44.175 pagantes foram contabilizados; público até então inimaginável para um concerto de um único artista. Além de Houston, realizou shows históricos em Los Angeles, no mês de maio; prestigiado inclusive por artistas e bandas das novas gerações, então no auge, como um eufórico e entusiasmado Led Zeppelin. Uma única sessão de gravação foi realizada no ano seguinte, 1975, quando, no último dia do ano, Elvis Presley quebrou novo recorde de público para um artista solo até então, apresentando-se para 62 mil pessoas. Segmento de seus biógrafos afirmam que este seria seu último ano primoroso artisticamente; Elvis realiza shows históricos em sua carreira, sendo elogiado por todos, propiciando o seguinte comentário do jornal The New York Times: "Cada vez mais Presley melhora sua voz atingindo excelentes notas vocais. Ele ainda é o rei nos palcos.", referindo-se aos shows de "Uniondale" no condado de Nassau no estado de Nova Iorque. Muitos afirmam que os alguns dos melhores shows de Elvis em toda a carreira foram realizados em 1975.[24] No mesmo período são lançados dois dos melhores álbuns de Elvis na década de 70, Elvis Today e Promised Land. Entretanto, pessoalmente, seus percalços se somavam gradativamente. Em 1976, ano em que realizou mais de 100 mega-espetáculos, Elvis voltou a apresentar-se no último dia do ano, na cidade de Pittsburgh; reconhecido pela crítica e público como um dos seus últimos grandes espetáculos de qualidade; para os fãs, antológico! Elvis Presley subiu aos palcos regularmente, de forma sofrível, ao longo dos seis primeiros meses de 1977, com a saúde visivelmente deteriorada. No mês de junho, teve espetáculos filmados pela rede de televisão CBS, vislumbrando um vindouro mega-especial, a ser levado ao ar em cadeia nacional oportunamente. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

ELVIS DEPOIS DE SUA MORTE

Depois de seu falecimento, vários acontecimentos tornaram Elvis Presley ainda mais famoso e até, segundo alguns, memorável; conseqüentemente, mais pessoas tornaram-se fãs de sua obra. Posto o ídolo, inaugurou-se o mito, [27] eterno, redentor e fonte inesgotável de idealizações. Seu sucesso foi, e ainda é, astronômico! Em 1979 foi realizado o primeiro filme biográfico, para a TV, chamado "Elvis"; no Brasil, intitulado "Elvis Não Morreu", interpretado por Kurt Russell. Em 1981, produziu-se um documentário, avaliado como excelente, denominado This is Elvis; no Brasil, "Elvis o Ídolo Imortal". No ano seguinte, abriu-se ao público, ainda em caráter bastante amador, a mansão Graceland; ainda habitada por alguns parentes. No ano de 1984, Elvis Presley foi homenageado pela fundação do blues e pela academia de música country. Posteriormente, em 1985, lançou-se com enorme sucesso, sendo considerado pela crítica da época como ótimo, o livro "Elvis e Eu", escrito por Priscilla Presley e Sandra Harmon; que seria transformado, em 1988, em filme para a TV, também muito bem sucedido. Passado o impacto de sua morte, os primeiros anos da década de 80 foram de relativa obscuridade para Elvis Presley. O livro de Priscilla foi um importante "divisor de águas" para dias mais prósperos. Prosseguindo com as homenagens, em 1986, Elvis entrou para o hall da fama do rock, na categoria de sócio - fundador. Em 1987, a American Music Awards lhe concedeu – "in memoriam" - prêmio pelo conjunto da obra. A mansão Graceland foi considerada patrimônio histórico dos EUA "(national register of historic places)", em 1991. Elvis Presley, com justiça, foi agraciado com o título de sócio - fundador do hall da fama do rockabilly, em 1997. Nesse mesmo ano, realizou-se, pela primeira vez, o mega-espetáculo "Elvis The Concert", com suas imagens em telão, musicistas de sua banda ao vivo e orquestra. Em 1998, nova homenagem, desta feita, ingressou no hall da fama do country e, em 2001, seria a vez do hall da fama do música gospel. Em 2002 uma nova "Elvismania" tomou conta do mundo. Elvis Presley foi "redescoberto", graças a uma manobra genial da Elvis Presley Enterprises, de biógrafos-colecionadores e de um DJ holandês. O remix da música "A Little Less Conversation" e o disco Elvis: 30 #1 Hits obtiveram estrondoso sucesso em todo o mundo, apresentando o artista às novas gerações. No ano seguinte, novo êxito, com grande destaque mundial para o remix de "Rubberneckin", seguido pelo CD 2nd to None. Entusiasmada com as vendagem, a "máquina" disponibilizou, em 2004, dois pacotes de DVDs de dois dos seus maiores momentos televisivos: os especiais "Elvis NBC TV Special" e o "Aloha from Hawaii", novos recordes de vendagem. Nesse mesmo ano, Elvis Presley foi elevado à categoria de sócio - fundador do hall da fama da música britânica. O filme Jailhouse Rock galgou patamar honroso entre os filmes estadunidenses; imortalizado, também em 2004, entrando para o "Registro Nacional de Filmes" dos EUA. No ano de 2005, o 70º ano de seu nascimento foi celebrado. Em uma histórica votação realizada pelo site AOL, maior grupo de comunicação do mundo, Elvis Presley foi eleito o 8º maior estadunidense de todos os tempos, em todas as áreas; o 5º do século XX e o 1º dentre os artistas. No ano de 2006, Graceland foi designada como "lugar histórico americano" (national historic landmark) pelo ministro do interior dos EUA. Até 2006, quase trinta anos após sua morte, Elvis vive; e acresce dezenas de milhões de dólares anualmente ao seu espólio.

A MORTE FISICA DE ELVIS PRESLEY

Na noite de 15 de Agosto Elvis vai ao dentista por volta das 11 da noite, algo muito comum para ele. De madrugada ele volta a Graceland, joga um pouco de tênis e toca algumas canções ao piano, indo dormir por volta das 4 ou 5 da madrugada do dia 16. Por volta das 10 horas Elvis teria levantado para ler no banheiro, o que aconteceu desse ponto até por volta das duas horas da tarde é um mistério, o desenlace ocorreu, possivelmente, no final da manhã, no banheiro de sua suite, na mansão Graceland, na cidade de Memphis, no Tennessee. Os fatores predisponentes sistêmicos, os hábitos cotidianos e as circunstâncias que culminaram com a morte de Elvis Presley, são dos pontos mais polêmicos e controvertidos entre seus biografos e fãs. Elvis só foi encontrado morto no horário das duas horas da tarde por sua namorada na época, Ginger Alden. Logo após, o seu corpo é levado ao hospital "Memorial Batista" e sua morte confirmada.
A morte de Elvis Aaron Presley no dia de 16 de agosto de 1977, causada por colapso fulminante associado à disfunção cardíaca, surpreendeu o mundo, provocando comoção, como poucas vezes fora vista em nossa cultura; inclusive no Brasil. Os fãs se aglomeraram em maior número em frente a mansão. As linhas telefônicas de Memphis estavam tão congestionadas que a companhia telefônica pediu aos residentes para não usarem o telefone a não ser em caso de emergência. As floriculturas venderam todas as flores em estoque. O velório aconteceu no dia 17. Alguns, dos milhares de fãs, puderam ver o caixão por aproximadamente 4 horas.
Por volta das 3 da tarde do dia 18 a cerimônia para familiares e amigos foi realizada, com canções gospel sendo cantadas pelos "Stamps" (Grupo vocal gospel) e por Kathy Westmoreland (cantora), ambos fizeram parte do grupo musical de Elvis na década de 70. Após a cerimônia todos foram levados até o cemitério em limusines, logo em seguida o corpo de Elvis é enterrado. Mas para os fãs e apreciadores de artistas que viraram ícones, a morte física de Elvis pouco importa. E para seus admiradores, enquanto houver desejo e emoção, Elvis Presley viverá.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

ANOS 70 NA ESTRADA

A ano de 1970 denotou um grande amadurecimento cênico e vocal de Elvis Presley, em relação ao anterior. Novas temporadas em Las Vegas ocorreram, com mudanças radicais em repertório - mais versátil e atualizado para aqueles dias -; shows avaliados como eletrizantes, tanto pela crítica como pelo público, porém com roteiros mais elaborados. Muitas dessas apresentações foram gravadas e deram origem a discos como "On Stage". Pela primeira vez no mundo, um artista prescindia de seu nome na capa - no original. Um novo marco! Apesar do grande sucesso, segmentos da crítica e dos estudiosos do show-business temiam que a rotina de espetáculos em Vegas, terra de pouca inventividade, pudessem tornar Elvis alienado e desmotivado, o que definitivamente não ocorreu. No mesmo ano, após seu retorno às apresentações ao vivo, Parker e Presley iniciaram uma série de grandes espetáculos históricos e considerados magistrais, mesmo na época de sua realização; e inventaram, gradativamente, uma nova concepção de shows: as "mega-tours". Presley fez 6 shows no Astrodome, em Houston, onde quebrou todos os recordes de público, reunindo 43.000 pagantes na quarta apresentação. Um recorde impensável para aqueles idos!
That's The Way It Is
No mesmo ano de 1970, Elvis surpreendeu o show-business com a realização do documentário That's The Way It Is, filmado nos meses de julho e agosto, com cenas de estúdio e ao vivo; lançado no final do ano nos EUA - e, no ano seguinte, no Brasil. A película foi recebida com sucesso estrondoso, particularmente no Japão, onde quebrou recordes de público, com filas intermináveis. Tornou-se um mega-sucesso, dirigida pelo então jovem e talentoso diretor Dennis Sanders; com quem, entretanto, Elvis não chegou a estabelecer uma relação confortável. Elvis tornara-se um artista maduro e um "entertainer" cativante, para vários públicos. O karatê, uma de suas paixões, passou a ocupar ainda mais espaço cênico em suas coreografias. No final do ano, Elvis encontrou o Presidente Richard Nixon,[17] em episódio insólito e controvertido biograficamente. Em 1971,[18] Elvis foi agraciado com duas importantes premiações, a primeira logo em janeiro, se referia ao prêmio concedido pela "Câmara Júnior de Comércio Estadunidense" em relação as dez pessoas mais importantes da américa em 1970. Seguindo-se a isso o prêmio denominado Grammy Lifetime Achievement Award, uma espécie de "conjunto da obra", foi concedido pelo Grammy ao rei do rock.
On Tour e Nova Iorque
Entre 1970 e 1972, Elvis Presley realizou, com enorme êxito, várias turnês pelos EUA e, motivado pelo grande sucesso de "That's The Way It Is", um novo filme foi idealizado; desta feita, na tentativa de capturar a intimidade e o ritmo frenético do astro e seus fãs nestas empreitadas. Então, em 1972, concluiu-se o documentário Elvis on Tour, de concepção bastante moderna para a época, vencedor do Globo de Ouro daquele ano, em sua categoria. Também em 1972, Elvis apresentou quatro mega-espetáculos em Nova Iorque, no lendário Madison Square Garden. Novos recordes foram quebrados, de público e arrecadação. A imprensa local foi ao delírio com ótimas críticas,[19] como as do "New York Times": "É lindo por que ele faz o que sabe fazer de melhor. Sexta feira a noite, no Madison Square Garden, foi assim. Ele ficou ali parado, no final, seus braços abertos, a grande capa dourada dando-lhe asas. Um campeão. Único em sua liga.", ou então, "Como um príncipe de outro Planeta". Insolitamente, suas únicas performances em palcos da cidade. Grandes celebridades do "show-business" estiveram presentes aos shows, amplamente noticiados em todo o mundo, inclusive no Brasil. Entre outros, Art Garfunkel, Eric Clapton, John Lennon e David Bowie - atrasado pelo grande congestionamento do trânsito -, mostraram-se encantados. Neste 1972, seu casamento chegaria ao fim, ainda de maneira informal, causando-lhe imenso impacto e progressivo transtorno pessoal. Ironicamente, Elvis viveu um ano triunfal profissionalmente, retornando, glorificado, ao primeiro lugar das paradas mundiais de sucesso com a canção "Burning. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)

HISTORIAS DO ROCK NO CINEMA PARTE 2: ELVIS PRESLEY

Num sábado, em meados de 1953, Elvis Aaron Presley foi até o estúdio da Sun Records em Memphis e gravou um disco com uma música de cada lado para presentear a sua mãe, pagando três dólares e noventa e oito centavos. Depois disso, a história do rock nunca mais foi a mesma. Ele não era o melhor músico de sua época, mas era o cara certo no momento certo com a equipe certa e o empresário certo. Ele tinha a voz negra e o rosto branco que as gravadoras estavam procurando, sabia muito bem escolher o seu repertório e seu empresário, o “Coronel” Tom Parker, sabia exatamente qual rumo dar à sua carreira.
Elvis fez a sua primeira gravação profissional em julho de 1954. Pouco tempo depois assinou o contrato com o “Coronel”, que ficava com 20% a 50% dos lucros. Parker traçou um plano de divulgação que envolvia uma superexposição de Elvis na mídia. Na televisão, em 1956, apareceu pelo menos doze vezes em cadeia nacional, mas os censores proibiam que aparecesse da cintura para baixo devido aos seus requebrados pélvicos. Segundo um jornal de Nova York, Elvis “não cantava nada, compensava a imperfeição vocal com uma estranha e francamente sugestiva dança de acasalamento aborígene”.
O cinema também era um ponto central na estratégia de Parker. Em 1956, Elvis estrelou seu primeiro filme. O título seria The Reno Brothers, mas foi alterado para Love me tender (no Brasil, Ama-me com ternura) para promover a canção de mesmo nome. Depois deste, ocorreu uma enorme sucessão de filmes, de dois a três num mesmo ano. Entre 1956 e 1969, Elvis estrelou nada menos que 31 produções. Para Parker, o objetivo desses filmes era simples: vender discos, as trilhas sonoras. Elvis, ao contrário, ambicionava uma carreira séria em Hollywood, algo independente da sua carreira musical. Os produtores, porém, não precisavam de um ator, mas sim do Rei do Rock.
O problema desses filmes é a chamada “Fórmula Elvis”, isto é, a maioria dos filmes possuía um enredo muito parecido. Geralmente Elvis era um rapaz pobre, adorado pelas mulheres, envolvia-se em algumas brigas e cantava nas horas vagas. Mudava-se a profissão dos personagens e o cenário, mas o resto permanecia igual. Mesmo assim, alguns filmes merecem destaque por ficarem acima da média como O prisioneiro do rock (Jailhouse Rock, 1957), talvez o seu melhor filme; Balada sangrenta (King Creole, 1958), dirigido por Michael Curtiz, o mesmo de Casablanca (1942); Feitiço havaiano (Blue Hawaii, 1961) e Amor a toda velocidade (Viva Las Vegas, 1964 ). Este último é considerado por muitos críticos a melhor interpretação de sua carreira.
Sem fazer turnês e gravando discos e filmes fracos, Elvis queria voltar aos palcos. O retorno foi anunciado com um especial de TV chamado Elvis ‘68 Comeback Special, em que ele voltava às suas raízes roqueiras cantando alguns de seus maiores sucessos. Mostrando-o como um artista maduro, é um dos pontos altos de sua trajetória.
Após o fim de sua carreira como ator, Elvis ainda apareceu em documentários no cinema. O primeiro foi Elvis era assim (Thats the way it is, 1970), registrando a sua volta aos palcos. Em 1972 foi lançado Elvis triunfal (Elvis on tour), mostrando cenas de bastidores e canções de uma turnê. Em 1973, realiza seu projeto mais ambicioso, a transmissão de um show das ilhas havaianas via satélite, chamado Elvis: Aloha From Hawaii. O concerto foi transmitido para o mundo todo e sua audiência superou a da chegada do homem à Lua.
Elvis chegou a receber uma proposta para atuar no filme Nasce uma estrela (A star is born, 1976), ao lado de Barbra Streisand. Seria o tão sonhado papel sério para dar outro rumo à sua carreira cinematográfica, mas o Coronel Tom Parker vetou o projeto porque o nome de Elvis não seria o primeiro a aparecer nos créditos. Marlon Brando, Neil Diamond e Mick Jagger foram cogitados para esse papel, que acabou ficando com Kris Kristofferson.
A vida do Rei na tela
Em 1979, sua vida foi tema de um telefilme chamado Elvis não morreu (o original é apenas Elvis, mas o título brasileiro virou uma frase famosa por aqui), dirigido pelo mestre do terror John Carpenter e protagonizado por Kurt Russell. Essa não foi a primeira nem a última vez que Russell esteve ligado ao Rei. Seu primeiro papel no cinema foi num filme de Elvis, de 1963, Loiras, morenas e ruivas (It happened at World´s Fair). Ele era um garotinho que chutava a canela de Elvis assim que saía do carro. Essa mesma cena foi repetida em 3000 milhas para o inferno (3000 Miles to Graceland), de 2001: no começo do filme, aparece um garoto chutando a canela de Russell logo depois de sair de um carro vestido de Elvis para uma convenção de fãs em Las Vegas. Kurt Russell também fez a voz de Elvis em Forrest Gump (1994).
Outro documentário Elvis, o ídolo imortal (This is Elvis), de 1981, mistura cenas reais com outras recriadas em estúdio, abrangendo toda a sua vida. A produção teve consultoria do Coronel Tom Parker. Também foram realizados alguns filmes e minisséries para televisão, mas ainda falta um filme definitivo para o cinema.
O legado
Após a sua morte, em 1977, notou-se que Elvis Presley não era apenas um músico ou mito do rock, ele se tornara um ícone de cultura pop. É difícil alguém não saber quem foi Elvis independente de conhecer suas músicas ou não, faz parte do imaginário das pessoas. Por isso, virou referência em centenas de filmes, citando-o diretamente ou até parodiando-o. Como essa é uma lista muito grande, vamos nos ater a alguns títulos mais interessantes.
Em Mystery train, dirigido por Jim Jarmusch em 1989, um casal de japoneses vai para os Estados Unidos visitar Memphis, onde todos parecem viver da lembrança de Elvis. Os dois são obcecados pelos anos 50, ela adora Elvis e ele prefere Carl Perkins. A produção ainda traz a participação de alguns músicos como Screamin Jay Hawkins, Rufus Thomas, Tom Waits e Joe Strummer, guitarrista do The Clash. Mystery Train é título de uma canção de Elvis de 1955, lançada originalmente em 1953 pelo grupo Jr. Parker & The Blue Flames (grupo no qual Jimi Hendrix viria a tocar dez anos mais tarde). Essa série de artigos voltará a falar de Jim Jarmusch mais adiante.
Em Amor à queima roupa (True Romance, 1993), o personagem de Christian Slater recebe conselhos do espírito de Elvis, interpretado por Val Kilmer, mas seu rosto não é focalizado nenhuma vez. O roteiro é de Quentin Tarantino, que usou o dinheiro do trabalho para poder filmar Cães de Aluguel (1992).
Uma produção interessante de 1998 é Um estranho chamado Elvis (Finding Graceland), um road movie em que um jovem perturbado pela recente morte da esposa dá carona a um homem (Harvey Keitel) que diz ser o próprio Elvis, mesmo não sendo parecido com ele. Ele quer voltar para a sua casa, Graceland. No caminho, passa num show de imitadores de personalidades e encontra Marilyn Monroe, vivida por Bridget Fonda. Um dos melhores momentos é quando Elvis sobe num palco e canta "Suspicious Mind". Seja quem for esse Elvis, ele revela-se alguém capaz de compreender e apaziguar os problemas dos infelizes que andam pelas estradas.
Para finalizar, um filme no mínimo curioso, Bubba Ho-Tep, de 2002. Desta vez, o Rei é interpretado por outro ídolo do cinema: Bruce Campbell, o Ash da trilogia Evil Dead. A premissa do filme é genial. No passado, Elvis trocou de identidade com um de seus imitadores, que acabou morrendo e todos acreditaram que foi o verdadeiro. O Rei vive agora num asilo para velhinhos, onde faz eventuais apresentações. Seu melhor amigo, também morador do local, garante ser o presidente John Kennedy, pintado de negro pela CIA. Um dia descobrem uma maligna entidade egípcia que volta à vida e decide alimentar-se dos moradores da clínica. Os dois heróis geriátricos terão que impedir essa terrível ameaça. Infelizmente, o filme nunca foi lançado no Brasil. (rober machado 13/09/2005).